top of page

Desperte para a vida: como mudar a sua própria perspectiva

Atualizado: 11 de set. de 2022

Passei mais de quarenta anos achando que o que estava fazendo era o que deveria ser feito. Isso gerou em mim um senso de autocrítica e autocobrança diário tão grande que incorporei sentimentos controversos dentro da minha mente que chegavam, por vezes, muitas vezes, até meu coração.

Sensação de desconforto era o mais frequente. Minha realidade era de que estava tudo errado, tudo fora do lugar. Tudo sem cor, sem sabor, sem propósito. Dormia e acordava com esses sentimentos e não conseguia entender onde estava errando. Queria fazer diferente para viver diferente daquilo. O que eu não estava me dando por conta era de que essa realidade incorporada nada mais era do que uma distorção da perspectiva da minha vida.

Precisei dar uma pausa, dedicar meu olhar e meu pensar em outros pontos que estavam ocupando o último lugar da fila de prioridades ou, até mesmo, esquecidos, apagados da minha mente. Entendi que mente e coração andam juntos, sim! Tudo o que a mente projeta o coração sente. O desconforto que eu sentia deixava minha mente inquieta, agitada por demais, e meu coração disparava. As tais taquicardias... mas para que se preocupar? Buscava nos remédios a solução de tudo. Afinal, tudo se resolvia numa receita médica. Era dessa forma que eu conseguia tempo para fazer as outras mil coisas que eu tinha para fazer. Ou achava que tinha.

O desfecho de toda essa história foi simples: marquei uma reunião comigo mesma e conversei bastante. Ainda lembro dos dias que duraram esses bate-papos acirrados. Eram marcados sempre na parte da noite, normalmente após às 22h que era um bom horário para conseguir escutar as pautas e buscar uma solução. Havia em mim dois bons conselheiros. Disputaram do início ao fim, cada um defendendo seu ponto de vista, cada um apresentando seus argumentos: um com uma linha mais positiva da situação, o outro, nem tanto assim. Bom, chorei, gritei, esperneei... não aceitei fácil o rumo que tudo estava tomando. E cada vez que percebia que os assuntos estavam se esgotando em decisões já sabidas, mais eu me chateava. Até que numa bela madrugada em claro, uma ficha caiu! Até que enfim tomei minha decisão. E optei pelo sim. Sim para mim. Sim para minha mente. Sim para meu coração. Simplesmente, sim! Sim para uma nova vida.

Larguei tudo: quem eu achava que era, os problemas que eu achava que tinha, as grandes decisões que eu achava que tomava, a grande pessoa que eu achava que era.

Não foi fácil... mudar a perspectiva da vida exige muito de nós mesmos. Arrisco dizer que consumiu mais energia que a rotina que eu levava antes. Porém, dessa vez, tinha um propósito, admito que não era tão claro, mas estava decidida a alcançá-lo. E isso já era um grande passo. O maior até então.


ree


Comentários


bottom of page